[CINEMA] O Quarto de Jack

Sufocante no primeiro ato, libertador no segundo, introspectivo no terceiro. Dessa forma se resumem os sentimentos ao ver O Quarto de Jack (Room, 2015, Irlanda/Canadá).

Não deixe o pôster te enganar, a história É SIM dramática e te leva a questionar assuntos desconfortáveis – e olha que não estou falando do motivo de Jack e sua mãe estarem no quarto.

Joy (Brie Larson) é uma mulher que vive em um quarto, de poucos metros quadrados, contra a vontade dela desde os dezessete anos. Após sofrer constantes abusos do seu raptor ela tem um filho chamado Jack (Jacob Tremblay) que acaba de fazer cinco anos. Jack é uma criança que nunca viu o mundo exterior. A sua noção de realidade é criada apenas das coisas que existem dentro do quarto – que por sinal são romantizadas pela mãe com a intenção de deixar mais “suave” a vida no quarto. Algo similar que vemos em
A Vida é Bela.

| Não deixe o pôster te enganar, a história É SIM dramática e te leva a questionar assuntos desconfortáveis.

Tremblay interpreta o garoto Jack que, apesar de não cair no clichê de transformar a criança em um guru espiritual ou um exemplo de fofura, a atuação parece sempre muito over power. Uma hora está falando fofinho e na outra gritando ensandecidamente. Não há meio termo. Parece que só existem esses dois estados de espírito.

Por outro lado, a indicada ao Oscar™ de Melhor Atriz, Brie Larson, faz jus à indicação e entrega um personagem muito complexo e profundo. Seu olhar causa curiosidade e espanto. Nas cenas em close você pode perceber que há muito mais ali dentro do que é verbalizado. Personagem marcante e que fica por horas na sua cabeça.

O Quarto de Jack foi uma grata surpresa nos indicados e sem dúvida merece ser conferido.