Desejos para 2018: #Time’sUp

Todo começo de ano gostamos de falar sobre o futuro, novidades e desejos de esperança. Mas antes de falar sobre isso, gostaria de uns minutinhos para falar com vocês sobre o tempo que passou. Esse que aconteceu há tão pouco! Vamos lá?

A segunda metade de 2017 foi um soco no nosso estômago! Não que tenhamos lido algo que não sabíamos, sejamos sinceros. A verdade era incômoda demais e preferimos evitar por não ser confortável para nossos hábitos de consumo de informação, cultura e entretenimento. É indigesto ver tudo exposto, falado, escrachado e jogado bem nas nossas telas. Atores, diretores, produtores, roteiristas, showrunners… Não sobrou nenhuma posição de poder em Hollywood onde alguém não tenha abusado de uma mulher ou de um negro, de um homossexual e, até mesmo, de uma criança. Foi o efeito Harvey Weinstein! Ou seria o efeito Kevin Spacey? Johnny Depp? Já nem sei!

A onda de denúncias nos faz pensar que os abusos cresceram, mas não: o que cresceu foi a coragem de quem cansou e um tempo de inconformidade nasceu. Aquele tempo em que pessoas em situação de poder poderiam usar suas ferramentas deliberadamente, aquele tempo em que seus abusos passariam em branco, aquele tempo de medo, como disse no domingo a minha musa, Barbara Strainsand: “Gente, esse tempo acabou!”.

Agora, voltando ao tempo presente, estou muito feliz que meu primeiro texto de 2018 coincida com a tão recente edição do Globo de Ouro. Já o considero um marco na história da indústria cinematográfica e cultural da nossa geração e ouviremos falar sobre ela por muitos e muitos anos! Ela foi sobre o passado que não desejamos mais, o presente em que podemos realizar transformações e sobre o futuro que pode ser moldado com muito mais esperança, onde todas as pessoas, especialmente as que já sofreram ou sofrem com abusos e discriminações, agora podem ser vistas e ouvidas, como disse Reese Witherspoon.

Então, meu primeiro desejo para esse ano e para o futuro é que nós, que pedimos por uma cultura com mais relevância e significado possamos usar nossas vozes e não ignorar o que é realmente importante. Desejo ver, ler e ouvir mais gente contando suas próprias histórias, porque isso vai além da cultura e do entretenimento, é sobre o impacto que essas histórias causam na nossa formação, em nosso poder de reflexão e no nosso senso de igualdade. Desejo que o tempo de alerta acabe e um novo dia de liberdade comece para todos nós.

 

Certo, Oprah? Amém!

 

Também quero saber o que vocês esperam desse ano novo que mal começou e já promete! 😉

Adriano Toledo
Detentor do título de o mais nerd deste site... (Não tão) Profundo conhecedor de Quadrinhos, Games, Cinema, Literatura Fantástica e outras loucuras....
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