Prateleira de Baixo: Max and Mary

Quando Mary, uma australiana de 8 anos, decide quebrar o tédio, ela o faz da forma mais aleatória possível.

Levada pela curiosidade de conhecer o mundo, mas sem ter como fazê-lo, ela começa a mandar cartas para um endereço aleatório do outro lado do globo (EUA).

Com a chegada da carta ao Estados Unidos, somos apresentados ao Max, um senhor de 44 anos, obeso e judeu, com síndrome de Asperger.

O filme em forma de camadas vai nos revelando a triste e complexa personalidade do portador de Asperger.

Essa deliciosa produção australiana em stop-motion é surpreendente pela qualidade do seu roteiro e pela forma em que, maravilhosamente, brinca com as cores em contra partida aos sentimentos dos seus protagonistas.

Devido a síndrome de Asperger, Max não consegue entender o mundo ao redor.

Seu relacionamento com as pessoas é caótico, causando um isolamento natural da sociedade.

Quando começa a receber as cartas de Mary, ele não as entende, toma tudo de forma literal e a trata com grande formalidade.

Por mais que os laços de amizade se fortaleçam, a formalidade de Max continua.

Engraçado e ao mesmo tempo triste é ver ele tentando lidar com sentimentos, sejam eles novos ou antigos.

Mesmo tendo um terapeuta, quem consegue mesmo um grande avanço em suas limitações emocionais é a garotinha de 8 anos, Mary.

“Sonho com o dia em que as nossas calçadas sem encontrarão para dividirmos uma lata de leito condensado.”

A forma singela com que Max se refere a Mary, mostra o quão bela e profunda é essa amizade.

Demonstra os avanços emocionais que a mesma o proporcionou, ao longo dos anos.

Assista o filme se atentando aos tons e cores que o filme vai mostrando no decorrer da história e prepare uns lencinhos de papel.

Se você não tiver a síndrome de Asperger, com certeza vai precisar.

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