Essa é uma daquelas músicas clássicas que você ouve em todo o lugar. Eu sabia que ela existia mas ela não era famosa ou real para mim até o filme dos “Guardiões da Galaxia”. Adoro! Acho uma musiquinha gostosa, relaxante, divertida, choudibóla.

Mas ela me trouxe uma reflexão um pouco dolorida. Você parou pra pensar na letra dessa música? (Não achei um clipe digno de colocar aqui para vocês compararem a letra. Mas em tudo quando é tradutor de internet tem: pesquisem como Escape (The piña colada song).

A letra diz basicamente que ele e sua “garota” estavam juntos há muito tempo e estavam cansados um do outro. Tinham entrado numa rotina de velhos e ele colocou um anúncio no jornal dizendo assim:

“Se você gosta de Piña Coladas, ser pego de surpresa na chuva. Se você não estiver na ioga, se você tiver metade de um cérebro. Se você gosta de fazer amor à meia noite nas praias do Cabo. Então eu sou o amor que você estava procurando. Me escreva e vamos fugir.”

Isso ele escreveu com a sua esposa ao seu lado, dormindo. E ele confessa na música que não estava pensando nem um pouco nela. E é sobre isso que quero conversar com você.

A música em si não tem obrigação nenhuma, nem é ela que determinará o tom do seu casamento. Mas quando foi a última vez que você conversou com seu cônjuge?

Vem desde o namoro uma cultura de imposição, onde ambos não dão suas opiniões sinceras para evitar um desfecho ruim. No final das contas um não sabe quem é o outro.

O diálogo não é incentivado dentro de casa, e depois se pergunta porque seus filhos não contam seus problemas. Tudo é motivo para brigas, então escondemos o que fazemos com o dinheiro da família: se compramos, se usamos, se gastamos. Escondemos com quem estávamos, com quem falamos, porque nem temos muita certeza se nosso parceiro (a) é ciumento ou não.

E você ainda se espanta com o número de divórcios? Nos afogamos em relacionamentos. Precisamos de mais relacionamentos, de entretenimento, porque é simplesmente impossível ficar no mesmo ambiente que o meu cônjuge sem ligar a TV, uma música, ou sem um monte de amigos que sabem quem somos, conversam e interagem conosco da forma sincera que precisamos. E não venha dizer que eu estou exagerando, porque sabemos que para muitos essa é a realidade.

Na música, ele recebe um contato de volta marcando o local e horário para se encontrarem e planejarem sua fuga. Quando a mulher esperada entra, ele reconhece nela a sua “velha garota”. Ele sabia quem ela era fisicamente. Quando se olharam, se espantaram de que um tivesse respondido às necessidades do outro. e então ele solta: EU NUNCA SOUBE.

Que triste! Que terrível. Ele não sabia do que ela gostava, o que ela queria, o que buscava.

Novamente, não estou demonizando a música, estou me colocando no lugar desse casal que, sejamos sinceros, não é tão raro assim!

E então eu pensei: tenho conversado com o sr meu esposo Adriano Toledo? Ele sabe o que gosto, espero, anseio, busco, sonho? Ele tem conversado comigo, ou eu disparo uma metralhadora de palavras, opiniões, conclusões e não permito que ele se expresse?

O casamento é a maior amizade que você deve manter na vida. É a pessoa que dorme ao seu lado, que constrói uma vida a seu lado. essa pessoa não pode ser uma desconhecida!

Mais do que sexo, mais do que contas a pagar, mais do que filhos em comum, temos que partilhar quem somos com essa pessoa.

Quero que você tenha um casamento pleno e feliz, e não medíocre. Acabei de descobrir que, em pequenas grandes conquistas, mesmo após 8 anos juntos, sendo 5 casados, ainda tenho muitas “primeiras vezes” para partilhar com o Adriano.

A música tem um final feliz, eles fogem juntos e um para o outro. Mas o que aconteceu simboliza algo muito sério. ambos estavam dispostos a fugir com um desconhecido – assim como o parceiro era desconhecido para eles.

Construam uma relação de confiança, amizade, não de dependência e comodismo dentro dos seus lares, seja com quem for: familiares, filhos, namorados, cônjuges.

Aposto que assim, o verso de Eclesiastes 4: 9 – 12 fará muito sentido em sua vida.