Eu tenho um certo problema com Neil Gaiman. Não que eu ache os livros dele ruins, não, longe disso, gosto muito de seus textos fantásticos e de como ele consegue falar de sentimentos tão íntimos e tão nossos por meio de seres e histórias fantásticas.

O problema que tenho com Gaiman é que ele parece ter uma certa dificuldade em escrever finais… parece que algumas de suas obras simplesmente não… terminam… Bom, isso não acontece com essa obra, que por sinal tem um fim bem satisfatório. O Oceano no fim do Caminho (Neil Gaiman, Editora Intrínseca) é uma obra que precisa de certa atenção, ela diz mais do que ela conta.

Com um início um pouco diferente do eu que esperava, o livro me surpreendeu de tal maneira que não sei se fiquei encantado, assustado ou desconcertado, mas enfim, a história se passa em um breve período de horas em que o protagonista relembra sua infância e alguns momentos beeeeeeeeeem perturbadores.

Como em outras obras de Gaiman, o protagonista acaba por encontrar forças extra-naturais muito superiores ao seu mundo e vive momentos de alegria e de total agonia e desespero em rua relação e conflito com essas forças. Ele não é alguém que realmente pode ser ou ter um papel significativo nas batalhas ancestrais que se passam em obras do autor, na verdade, o protagonista sou eu e você em um mundo que muitas vezes parece simplesmente nos ignorar ou nos usar apenas como piões em algo muito maior e, por vezes, incompreensível para nossas “mentes infantis”.

É basicamente sobre isso que trata Oceano no Fim do Caminho. E sim existe um Oceano no fim do caminho.

Minha nota para O Oceano no Fim do Caminho são 7.8 bichos de pé das trevas!