Essa é a obra de Gustavo Duarte dando sua cara e sua visão ao personagem que tem as histórias mais profundas (sim, e filosóficas), do Maurício de Souza. É o garoto do interior, como Gustavo e Maurício o são. Menino simples e cheio de “causo” pra contar.

Numa noite, seus pais saem para fazer uma visita a uma tia. Deixam Chico Bento (Francisco Antonio Bento) e Zé Lelé (José Leocardio) – nomes completos como a mãe do Chico gosta de frisar – sozinhos em casa, com permissão de brincar mas ir pra cama às dez (22h).

Enquanto estavam na sala, lendo, brincando e desenhando, estava tudo bem. O problema é quando Chico decide ir buscar um copo com água na cozinha. A cena é incrível, a sequência dos quadros te deixam na expectativa e criam uma atmosfera de suspense muito engraçada.

No frigir dos ovos, Chico, Zé, o porco Torresmo e a galinha Giserda são abduzidos para uma nave espacial. Lá eles têm que tentar se livrar dos “demônios” de outro planeta que estão fazendo experiências com eles.

Quem conhece/ assistiu ou tem qualquer familiaridade com o programa “Alienígenas do Passado” vai se identificar e dar muitas risadas com a quantidade de easter eggs que a história contém. Personagens da cultura pop e do próprio Maurício estão lá (te convido a comentar os personagens abaixo), é uma história de enredo simples, leve, cômica, uma verdadeira pausa para o cérebro lembrar como é divertido ser criança.

Com aspecto clean, as páginas são bem desenhadas e muito leves, dão a impressão de movimento o tempo todo. Como o autor é designer gráfico de formação, a estética da obra é levada em consideração e nos agracia com essa leveza e beleza no “menos é mais”.

Obra divertidíssima, não é que vá te levar à um outro patamar de raciocínio e compreensão (diga isso ao Torresmo e à Giserda), mas entretém, exercita os músculos envolvidos no processo de rir e faz um jogo da memória importante pra exercitar a massa cinzenta.

Aproveite a HQ. Nos vemos de novo em Piteco – Ingá.

PS.: Eles ainda ficam de castigo por estarem aprontando até tarde com uma desculpinha esfarrapada 😉