Em tempos de recessão de água, esse tema nunca fez tanto sentindo. O que dizer com o absurdo preço da gasolina, que em alguns lugares do país chega à R$3,81? Esse panorama assustador nos faz ter pesadelos ao ver filmes como Mad Max.

Quanto mais os preços aumentam, mais teorias sobre o fim do mundo nós ouvimos. Basta uma rápida pesquisa no Dr.Google que você verá várias teorias sobre explosões solares, ondas eletromagnéticas, chuvas ácidas, inverno glacial e até pandemias que muito se parece com o que vemos em filmes de zumbi, que, em minha opinião, é a teoria mais divertida.

A pandemia “zumbial” é a que eu mais gosto, porque acaba sendo a mais rápida e, infelizmente, a menos possível. Qualquer outra teoria apocalíptica é lenta e morosa. A sensação de sermos cozinhados como sapos é agoniante. Você, assim como eu, deve saber exatamente como é ser cozido como um sapo. Afinal de contas, se você mora no Brasil, faz tempo que somos cozinhados, temperados com doses cavalares de sadismo, através de um sistema cada vez mais corrupto e individualista.

Isso. Essa sensação de impunidade e de injustiça que aperta o seu coração toda vez que você lê um parágrafo como o anterior é comum em seres pensantes como eu e você. Talvez se o sapo pensasse ele escreveria o mesmo texto.

Essa lentidão nesses eventos me causa uma agonia. Não importa o quão longe você olhe para o futuro, as coisas parecem cada vez mais escuras. Vou em carreatas, abasteço cinquenta centavos no posto de gasolina e peço nota fiscal, mas reconheço que são medidas paliativas, sem grande impacto no futuro.

Filmes apocalípticos dão a sensação de que o mundo irá acabar em duas semanas. A não ser em filmes como A Estrada que mostra uma realidade sufocante e lenta. A devastação The Last of Us também é algo terrível de se imaginar. É desse tipo de futuro que tenho medo. A incerteza do que comer, do que vestir, de como escovar os dentes! Esse tipo de panorama que me assusta.

No ápice das minhas aflições quase não percebi uma voz que sussurrava em meus pensamentos: – Não se preocupe com a sua vida… – a voz chegava fraca em meus ouvidos, mas podia sentir a imponência nobre que percorria a tonalidade da voz. Enquanto tentava convergir meus pensamentos para a suave voz, pude perceber um pequeno pássaro pousando na janela ao lado da TV. O pardal piava alheio a situação que me encontrava.

A voz não precisou voltar para que eu pudesse refletir em Mateus 6:25-34. Enquanto eu me questionava sobre o que comer e o que vestir, os lírios desfilavam seu esplendor no campo. Jesus diz para não buscar ansiosamente o que comer e o que beber, porque Deus sabe dessas coisas e certamente nos serão acrescentadas (Lc.12:31).

Sabe os que os filmes apocalípticos não dizem? Que existe alguém que intercede por você. Que não te desampara. Que traz paz e segurança.

Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.

Observem os corvos: não semeiam nem colhem, não têm armazéns nem celeiros; contudo, Deus os alimenta. E vocês têm muito mais valor do que as aves! (Lc.12:24)