Paralamas do Sucesso- Meu Erro


Eis aqui uma boa música na opinião de alguns que conheço. Feita pela banda Paralamas do Sucesso em 1984, vem sendo sucesso por gerações. Um exemplo é a minha própria família: Minha mãe e tia curtiram a banda desde sua criação em meados de 77 e pegaram sua formação atual iniciada em 82. Nada mais normal que eu e meu primo também ouvíssemos o som dos Paralamas.

Agora, pode assumir que ou você mesmo ou algum amigo seu (e sempre temos um amigo assim) já ouviu ou cantou essa música após uma boa briga com alguém. É perceptível a melancolia presente na letra dessa música enquanto ouvimos e, por esse motivo, ela se tornou icônica no momento pós-briga.

Essa melancolia da letra sempre me chamou a atenção e um belo dia percebi que essa música não deveria ser cantada por uma só pessoa, mas por duas. Sinceramente, em duas vozes ela fica muito melhor!

Essa versão da Zizi Possi e Herbert Vianna chega perto do que sempre imaginei pra essa música. Nos últimos dias decidi analisá-la de uma forma mais profunda e acabei me deparando com duas situações:

1- A música se trata de um relacionamento em seus momentos finais. Justamente nesses momentos ocorre uma conversa sincera entre as duas partes. Tal conversa, apresentada na letra, deixa claro que os dois seres envolvidos apresentaram suas dores e queixas sobre o tempo que passaram juntos. E isso me levou até a segunda situação.

2- As duas partes se deixaram levar por um erro bobo e frequente: O orgulho.

Sejamos sinceros. “Os opostos se atraem” é uma frase linda de se ouvir e também é dita com frequência pelo povo à nossa volta. Mas do que adianta esses opostos se encontrarem em algum momento da vida se eles não decidirem juntos mudar de direção?

Durante uma aula de física no ensino médio eu vi uma experiência que mostrava que ao se encontrarem, os opostos se colidem. Não é assim quando conhecemos alguém diferente de nós e decidimos nos relacionar? Nos vemos no meio de uma nova realidade onde as duas partes envolvidas devem mudar suas direções. Mas se os dois seres quiserem, até mesmo de forma inconsciente, quiserem continuar seus caminhos e “empurrarem” todos a sua frente… Bem, o resultado final pode se assemelhar ao que vimos na letra da música: Pessoas feridas, e dos dois lados.

O orgulho humano é uma arma poderosa. Ele é capaz de nos fazer recusar ajuda de quem nos ama, ou nos faz querer ajudar quem não irá receber a nossa ajuda nunca e machucamos essa pessoa por incômoda insistência. O orgulho pode causar conflitos, brigas, guerras, dor, sofrimento, ou seja, cicatrizes profundas que podem ficar pra sempre.

Muitas das vezes “estar ao seu lado” não será o suficiente, afinal, companhia nem sempre resolve problemas. Atos, pelo contrário, podem mudar algo. Diante disso eu me pergunto: Tenho cometido o erro do orgulho?

Enquanto o orgulho cresce num relacionamento o que pode-se ver e sentir é que as pessoas começam a se machucar de forma quase natural, chegando a ser inconsciente. Um dia após o outro, um ato depois do outro até o momento em que não suportamos mais estar nessa situação.

Ao contrário dos humanos desse mundo, um humano rejeitou total totalmente seu orgulho e resolveu viver em nome do outro da forma mais intensa vista na história: Morrendo numa cruz.

Quando Cristo diz para dar a outra face (Mateus 5:39), acredite amigo, Ele não quer ver um bobo pedindo por bofetadas. Ele almeja é ver alguém que consegue não ter orgulhos bobos e consegue negar a si para fazer o que é mais difícil para uma pessoa como eu e você: Negar a si como em Mateus 16:24 e ser um verdadeiro seguidor do Mestre.

Leonardo Agrelos
Se acha um host, mas não sabe houstear. Se acha um podcaster, mas tem a linguá presa. Se acha um nerd, mas nunca terminou de ler O Senhor dos Anéis. Se acha um escritor, mas sempre procura no Google como se escreve impeachment. Entre tantos achismos uma certeza, a de que tem que melhorar como pessoa para parecer menos com um babaca.
http://pupilasembrasas.com.br
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