[ANIME] Crítica – Full Metal Alchemist – Brotherhood Anime Críticas by Adriano Toledo - 19/06/201617/06/20163 Alquimia é a ciência que se baseia em entender, desconstruir e reconstruir matéria. No entanto, não é uma arte onipotente. É impossível criar algo a partir do nada. Se alguém deseja obter algo, algo de igual valor deve ser dado. Essa é a lei da troca equivalente; a base da alquimia. De acordo com essa lei, há um tabu entre os alquimistas. Transmutação humana é proibida. Pois o que poderia ser equivalente à alma humana? Essa definição é parte do enredo de um dos melhores animes/mangás já produzidos na história dessa mída, pelo menos na minha humilde opinião. Tratando de temas pesados porém tendo personagens carismáticos, as aventuras de Edward e Alphonse Elric ganharam projeção no Japão e fora dele. Full Metal Alchemist é um mangá escrito por Hiromu Arakawa e publicado na Monthly Shonen Gangan (revista da Square Enix similar à famosa Shonen Jump) de 2001 à 2010, totalizando 108 capítulos ou 52 volumes encadernados (chamados no japão de Tankobons). A obra teve duas adaptações para a mídia televisiva, uma homônima de 2003 à 2004 e outra com subtítulo Brotherhood de 2009 à 2010. A primeira iniciou contando a história do mangá até certo ponto, porém nesse ponto ela ultrapassou a publicação impressa, e os produtores do anime acabaram seguindo por outro caminho, diferente do que a autora tinha pensado (e você ai pensando que isso era exclusividade de Game of Thrones…). Já Brotherhood começou a ser produzida quando o mangá estava em sua reta final, e portanto seguiu fielmente a história da autora. Dessa forma, o início do mangá foi mostrado de certa forma duas vezes diferentes. O enredo é centrado nos irmãos Elric, Ed, o mais velho (porém mais baixinho… Só não deixe ele ouvir isso…) e Al, o mais novo. Eles tem contato com a alquimia estudando o material deixado pelo seu ausente e misterioso pai, e vão estudando até aprenderem sozinhos como usá-la. Um dia uma doença acomete a doce mãe dos garotos, e ela acaba morrendo. Eles decidem então estudar mais a fundo para que, através da alquimia, eles possam achar uma forma de trazer sua mãe de volta a vida. Depois de muito treino eles decidem tentar realizar o experimento proibido, porém sai tudo errado. Eles não conseguem trazer sua mãe de volta, Ed perde a perna esquerda e nota que seu irmão Al perdeu o corpo inteiro no experimento. Então num esforço desesperado Ed sacrifica seu braço esquerdo para fixar a alma de seu irmão à uma armadura. Dessa forma Alphonse pode viver, porém preso ao corpo metálico. Ajudados pela velha vizinha Pinako Rockbell e sua neta Winry, Ed recebe braço e perna mecânicos, chamado automail. A partir de então os dois entendem o tamanho do erro que cometeram e saem em uma jornada para encontrar a pedra filosofal, artefato que poderia ampliar o poder da alquimia a fim de tentar retornar seus corpos ao seu estado original. Daí se iniciam suas aventuras e descobertas. De ler esse início pode se imaginar que FMA seja uma série pesada e de difícil degustação. Isso seria um engano, pois de forma genial Arakawa consegue mesclar momentos densos e sérios com outros momentos felizes e engraçados. Dificilmente você encontrará uma obra de ficção com um número tão grande de personagens carismáticos. Desde os mais secundários até nossa dupla de protagonistas. Todos são bem trabalhados. Uma das características mais marcantes desse anime/mangá é que a autora não tem pena de sacrificar personagens populares. Isso traz um sentimento de pesar dobrado. Na primeira metade do anime, ela vai introduzindo certos personagens, moldando-os e fazendo com que você ame esses personagens até que algo terrível acontece. Pois é, te lembra alguma série de livros de fantasia medieval escrita por um velho gordinho? Porém uma das coisas que mais me chama atenção na obra é sua capacidade de tratar de filosofia e temas mais profundos de forma simples, englobados na trama. Existem guerras motivadas pelo preconceito, manipulação de massas por líderes religiosos carismáticos, e bastante discussão sobre o porque da existência e a função do ser humano no mundo ou sua compreensão do que é o mundo. Os principais oponentes/vilões da trama são os homúnculos, seres criados artificialmente pela alquimia e com o poder da pedra filosofal. Os seus nomes são tirados dos sete pecados capitais, bem como seus comportamentos. O anime te leva a pensar em diversos momentos. Mas o que mais me intriga é com certeza a lei da troca equivalente. A ideia de que você sempre tem que dar algo em troca para receber outra coisa de valor equivalente é interessante, e parece algo justo. Pena que muitas vezes ela não se aplica ao nosso contexto. Na maioria das vezes não há equivalência nas trocas que ocorrem em nossa vida, e isso muitas vezes nos causa revolta, pois no fundo creio que o ser humano no geral aceita essa lei da troca equivalente como justiça. É o que hoje em dia é chamado de meritocracia. Em linhas gerais eu não critico essa filosofia. O problema é quando tentamos aplicar isso à vida espiritual. |Na vida espiritual não existe troca equivalente, pois a salvação é de graça. E o que poderia ser equivalente à graça e a salvação? Full Metal Alchemist: Brotherhood é recomendadíssimo para todos, mesmo os que não apreciam animações nipônicas! Fique ai com a primeira abertura do anime, tida por muitos como a melhor: Related PostsPupilas Classics #6 – A Procura da Felicidade – O que é Felicidade?[REVIEW CEGO] Guerra dos TronosBrasas FM #03 – Melhor da MTV anos 90 e 2000 – Lado A[CINEMA | SEM SPOILERS] Star Wars Episódio VII: O Despertar da Força[Olho Crítico] – Power Rangers – Filme 2017Pupilas de Segunda 164 – Nossos Medos Share on Facebook Share Share on TwitterTweet Share on Pinterest Share Print Print