Pela falta de um Prego uma ferradura foi perdida,

pela falta de uma ferradura um cavalo foi perdido,

pela falta de um cavalo um cavaleiro foi perdido,

pela falta de um cavaleiro uma batalha foi perdida,

E assim que um reino foi perdido – tudo pela falta de um Prego.

Antigo Provérbio de origem desconhecida…

Saudações Lendárias à todos! Esse provérbio antigo foi a inspiração de Alan Davis para escrever a história fechada que tratamos hoje. Liga da Justiça – O Prego foi publicada em 1998 numa linha chamada pela DC Comics de Elseworlds, que era focada em contar histórias dos heróis da editora mas em universos diferentes dos Universos DC já conhecidos. Outros exemplos de histórias Elseworlds são Superman: Entre a Foice e o Martelo (Tratado por nós no Pupilas em Brasas #39) e a famosa e celebrada Reino do Amanhã. Mas o que tem de diferente na terra de O Prego?

Davis imaginou uma terra em que por uma situação aparentemente pequena e de pouca importância, não houve o surgimento do Superman. Como seria o mundo DC sem o seu maior ícone, maior símbolo da justiça e representação dos valores e ideais heróicos? Confesso que quando vi o título eu subestimei grandemente a história, e pensei como pode uma história com esse título ser boa. Que bom que me enganei. A história segue por uma linha de investigação e de mistérios. Na falta do Superman, o maior protetor de Metrópolis é Lex Luthor que estabelece leis anti meta-humanos. E seu sucesso em administrar a cidade gera um pensamento no povo de que os meta humanos sejam na verdade um problema, e além disso, após uma trágica luta da Liga, Oliver Queen, o Arqueiro Verde, é gravemente ferido. Após isso Oliver inicia uma campanha de ódio dizendo que todos os meta humanos são na verdade alienigenas que estão invadindo a terra secretamente.

A partir daí podemos ver os resultados do preconceito do povo, e a manipulação de um inimigo oculto, cujo objetivo é apenas destruir a comunidade heroica através de cuidadosos atos que acabam incriminando e destruindo a imagem dos heróis. Nossos heróis mais conhecidos são os mesmos, porém vemos que sem a presença e influência do Superman eles não tem a mesma força nem a mesma determinação. Um exemplo é o Batman. Ele é exatamente o mesmo, porém quando é sujeitado à uma situação terrível, ele quebra psicologicamente, e só com muito esforço de aliados ele se recompõe. Algo que o Bruce Wayne que tem Clark Kent como um dos melhores amigos talvez não tivesse sofrido.

Toda a premissa dessa história me lembra todo aquele velho conceito de efeito borboleta, e como pequenas coisas podem ter grandes consequências. É claro que isso não quer dizer que o Superman seja algo pequeno, mas o fato que impossibilitou sua origem sim, um pneu furado… Mas o que é mais intrigante é como o Superman fez realmente falta àquele mundo. Ao mesmo tempo que tem muitos fãs o Azulão também tem muitos detratores por ai, mas ninguém pode negar que dentro dos quadrinhos de heróis ele é realmente a representação da bondade e de valores nobres. E é interessante notar que sem ele a população facilmente acreditou que os demais heróis, que também são ícones à sua maneira como a Mulher Maravilha, eram responsáveis por males terríveis, dando combustível necessário ao plano secreto do vilão misterioso.

|Guardadas as devidas proporções nós também devemos ser representações de valores.

Pessoas olham para seu comportamento todo dia, o dia inteiro, já parou pra pensar nisso? O que você tem representado? E se sua ou a minha atitude for o prego que faltou?

Até a Próxima Lenda!