Crítica: 12 Anos de Escravidão

O lobby de um filme sobre escravidão, sempre foi muito forte.
Ainda mais quando bem executado, como é o caso de “12 anos de escravidão”.
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Solomon Northup (Cliwetel Ejofor) é um negro livre em plena a escravidão (exatamente em 1839).
Por ser um homem culto e talentoso com seu violino, conseguiu se destacar em uma sociedade preconceituosa.
Junto à sua esposa e seus dois filhos, mantém uma vida digna e confortável.
Ao aceitar um trabalho em Washington, proposto por dois itinerantes/empresários do mundo do circo, sua vida muda radicalmente.
Enganado, despido e acorrentado, ele é levado para ser vendido como escravo, tornando impossível comprovar que se trata de um homem livre.
 
O filme em momento algum deixa claro se ele de fato foi traído ou sequestrado.
Excelente caminho escolhido pelo competente diretor Steven McQueen (Shame).
De cara ele já demonstra que sua película não se trata de vingança, mas de sobrevivência.
Isso fica claro no decorrer dos primeiro minutos como escravo.
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Baseado no livro homônimo de 1853, escrito pelo próprio Solomon Northup, dois anos após recobrar sua liberdade, onde relata seu sofrimento e sua decomposição humana, vivenciada em 12 anos de escravidão.
Como já mencionado, McQueen acerta em ser fiel ao livro, colocando o espectador como um mero observador do sofrimento.
Suas tomadas prolongadas após o termino da ação da cena propõem uma reflexão imediata.
A excelente fotografia do Sean Bobbit (Histeria) colabora de forma essencial para essa sensibilização, apesar de, injustamente, não concorrer ao Oscar desse ano.
 
As atuações parecem medianas.
Apenas parecem!
Muito desse efeito é causado porque o Cliwetel Ejofor (Salt) está muito acima dos colegas.
Sua atuação é arrebatadora! Novamente, ponto para Steven McQueen, por saber valorizar cada cena, cada enquadramento.
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Steven McQueen é negro, era de se esperar um filme raivoso e indignado por tamanha injustiça.
Mas ele consegue com maestria fugir do senso comum e nos entrega um filme reflexivo e sensível.
 
Mesmo o nome do filme sendo um spoiler violento, a história do negro livre/escravo/livre é instigante, emocionante e bucólica.
 
Uma história tão bem contada merece, com todos os louros, concorrer aos prêmios aos quais fora indicado, bem como, aos já conquistados.
 
Opinião do Pupilas em Brasas. “12 anos de escravidão” é um filme forte e dramático, mas sua violência é muitas vezes velada, o que pode ser até pior.
Filme adulto e reflexivo.
Vale cada indicação.
 
Leonardo Agrelos
Se acha um host, mas não sabe houstear. Se acha um podcaster, mas tem a linguá presa. Se acha um nerd, mas nunca terminou de ler O Senhor dos Anéis. Se acha um escritor, mas sempre procura no Google como se escreve impeachment. Entre tantos achismos uma certeza, a de que tem que melhorar como pessoa para parecer menos com um babaca.
http://pupilasembrasas.com.br
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