Choque. Foi o que eu senti logo de início ao começar a ler uma das mais (senão a mais) clássica história dos X-Men. Choque por não estar nenhum pouco acostumado com o estilo dos quadrinhos dos anos 80. Cresci nos anos 90 com aquele estilo próprio dessa época e fui acompanhando como deu a evolução desde então. Mas os quadrinhos da década de oitenta era bem anos oitenta mesmo. Desde as roupas dos personagens até as gírias e até os balões de pensamento, que já caíram em total desuso.

Mesmo assim a Saga da fênix negra é realmente uma saga épica e leitura obrigatória para todo aquele que se diz fã de quadrinhos e fã dos filhos do átomo. Essa é a era de prata dos X-Men com sua segunda e multi cultural formação, com Ciclope, Jean Grey como fênix, Tempestade, Colossus, Noturno, Banshee (já de saída) e é claro Wolverine. O roteiro é decorrente de eventos prévios em que a garota Marvel, Jean Grey, supostamente morre dando sua vida pela de seus amigos e para salvar a galáxia. Porém ela ressurge dotada do poder de uma entidade cósmica, a fênix, tornando Jean num ser de poder incomensurável. De início Jean consegue controlar esse poder e usá-lo em favor dos X-Men, mas na história de abertura da graphic novel vemos que um membro do clube do inferno a está manipulando e mexendo com os controles mentais que seguram o poder da fênix. Inclusive é nessa história que temos a introdução de Kitty Pride no grupo, uma das mutantes mais famosas da Marvel.

No decorrer da trama vemos o poder da fênix sair do controle de Jean Grey acarretando em consequências terríveis.

Ao ler a história Chris Claremont e John Byrne têm êxito em passar ao leitor a sensação de desespero da própria Jean por ter uma entidade cósmica maligna dentro de si. O que nos leva a refletir sobre nossas próprias “entidades” internas por assim dizer. Assim com a mutante ruiva nós também temos uma constante luta diária entre duas naturezas dentro da nossa mente. Não podemos vacilar pois qualquer descuido pode nos custar muito, e sempre teremos que conviver com as consequências.