O que gostaríamos de ser.

Buscamos, cada vez mais, ser aquilo que achamos que os outros gostariam de ver em nós. Nos tornamos reféns da imagem que gostaríamos de criar. Temos medo de expor nossas mazelas, por sermos imperfeitos em um mundo cada vez mais “perfeito”. Todo término de namoro sempre aparece um filósofo, um bon vivant. Não há tempo para cicatrizar a dor deixada por anos de relacionamento. A resposta tem que ser na hora, de bate pronto, sem tempo de hesitar.

Não sei quem puxou a corrente do “mundo perfeito” das redes sociais, mas percebo que, cada vez mais, estamos projetando a nossa felicidade naquilo que as pessoas gostariam de ver. Estamos sustentando nossas vidas em pequenos posts espalhados pela cidade da vida, na esperança de ter o “poste” mais visto e comentado da cidade.

Talvez, a única maneira de nos livrarmos dessa obrigação social é se fossemos todos cegos. Ou, quem sabe, fecharmos os olhos para o vizinho e tentarmos ser pessoas melhores e não acumuladores de like.

Esse texto foi inspirado no vídeo abaixo.

Não perca, amanhã o nosso podcast sobre a premiada obra de José Saramago. “Ensaio sobre Cegueira”.

Leonardo Agrelos
Se acha um host, mas não sabe houstear. Se acha um podcaster, mas tem a linguá presa. Se acha um nerd, mas nunca terminou de ler O Senhor dos Anéis. Se acha um escritor, mas sempre procura no Google como se escreve impeachment. Entre tantos achismos uma certeza, a de que tem que melhorar como pessoa para parecer menos com um babaca.
http://pupilasembrasas.com.br
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