Netflix – Estragando o ato de assistir séries?

Não há dúvida que a Netflix mudou o jeito de interagirmos com a TV. Mas isso, no Brasil, ainda é algo lento de ser ver. Mesmo porque, um lugar onde por lei só é garantido 10% do que é contratado, fica difícil notar, em grande escala, essa mudança. Mas a mudança já começou. Principalmente para os consumidores de séries gringas.series2

A Netflix começou seu “império” como uma simples Homer Video (locadora), onde seu grande trunfo era a locação online dos DVDs. Você acessava o site e escolhia o filme e já via em tempo real se o filme estava à disposição para locar. O tempo passou a Netflix migrou para os serviços online e ousou com conteúdo exclusivo – produzida pela própria – algo ainda inédito no segmento de streaming.

Com o grande sucesso de House of Card e O Demolidor – séries produzidas pela Netflix – vieram às polêmicas. Uma série lançando todos os episódios de uma vez não dá para “degustar” episódio por episódio, pois tira aquele sentimento de expectativa para o próximo. Além de praticamente matar as especulações, analises e reflexões que aqueles 40 minutos poderiam gerar. O fato dos Spoleirs também deve ser levado em conta, afinal de contas não é todo mundo que consegue fazer uma maratona de dez horas assistindo uma série.maxresdefault

As comparações vão surgir sempre, como por exemplo, Guerra dos Tronos. A série foi lançada concomitantemente com O Demolidor. A cada episódio do GoT surge inúmeros memes e podcasts discutindo e conjecturando sobre os próximos eventos. Algo que não acontece com as séries da Netflix, apesar das inúmeras referências ao Demolidor que vimos recentemente nas redes sociais.

O que parece ser um erro estratégico [lançar todos os episódios de uma vez] pode ser uma grande jogada de Marketing. Apesar do engajamento em torno da série não durar tanto tempo, como é o caso das séries tradicionais que ficam entre oito a nove meses em evidência, os gastos de propagandas são realizados em uma tacada só. Diminuindo assim o orçamento com o marketing. Podendo assim reverter essas economia para o pós produção da série.

Outra coisa que deve ser levado em consideração é o fato do novo público chegando. Algumas pessoas não acompanhavam séries, pois não havia paciência para esperar tanto tempo – uma semana – para assistir mais um episódio. O que dirá as middle-seasons. Mas o conceito de séries tem mudando na concepção desses, isso, graças a arcos fechados de séries.

O fato é que só os números dirão se o certo é realmente o modelo tradicional ou o novo. O modelo que tiver mais audiência – agora medida por views – vai sobre sair.

E você, concorda com a maneira de exibição da Netflix ou prefere o modelo tradicional onde você pode degustar com calma, cada episódio?8es8xPo9

Leonardo Agrelos
Se acha um host, mas não sabe houstear. Se acha um podcaster, mas tem a linguá presa. Se acha um nerd, mas nunca terminou de ler O Senhor dos Anéis. Se acha um escritor, mas sempre procura no Google como se escreve impeachment. Entre tantos achismos uma certeza, a de que tem que melhorar como pessoa para parecer menos com um babaca.
http://pupilasembrasas.com.br
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