[CINEMA] X-Men: Apocalipse

Parece que é a sina dos filmes de heróis, o terceiro filme é sempre o pior da trilogia. Mas calma, não chega a ser um Spider Man 3.

Bryan Singer pela quarta vez senta na cadeira de diretor da franquia dos mutantes. Mesmo sendo, reconhecidamente, um excelente entendedor da mitologia, ainda é sentida a falta de Matthew Vaughn (X-Men: First Class) diretor responsável por dar novo fôlego à franquia.

Dessa vez Magneto não é o vilão do filme. Podemos considerar isso como um avanço na saga. Apocalypse é o responsável pela destruição e caos. Formando um pequeno esquadrão de destruição, chamado de Os Quatros Cavaleiros do Apocalypse, entre eles, Magneto, o filme se desenrola com o vilão querendo purificar o mundo e alcançar mais poder.

Existem algumas coisas a serem consideradas nos filmes de heróis. Haverão clichês. Haverá frases de efeito. Alivio cômico e alguns artifícios simples e práticos de roteiro. Não vejo problema nisso. Afinal, na maioria dos casos esses filmes são para entreter e divertir. O problema é quando esses elementos obrigatórios, nesses filmes, são maus costurados. Se alguma coisa tira sua imersão na história, por mais fraca que seja a história, eu vejo como uma grave falha. Infelizmente acontece em vários momentos em X-Men Apocalypse, não tanto como em BvS é verdade, mas acontece.

Alguns personagens merecem um parágrafo inteiro. Vou comentá-los sem spoiler.

Tempestade: Ela aparece. Seus poderes são bem usados nas cenas de lutas, mas, mais uma vez fica com a sensação de que poderia ter sido mais explorada. Assim como na trilogia original.

Anjo: Entra mudo e sai calado. Foi escolhido pelo visual. Não tem outra explicação.

Psylocke: Muita beleza e pouca motivação. Quiseram mostrar uma personagem misteriosa e enigmática, mas a única justificativa é por ela não falar muito. Sério mesmo? Podia ser mais. Pelo menos o visual dela é ótimo, assim como nos quadrinhos. Funcionou muito bem.

Jean Grey: Inexpressiva e sem carisma, assim como a Sansa Stark

Noturno: Trocaram o drama pelo alivio cômico.

Ciclope: Finalmente teve o espaço que merece. Esse Scortt vai crescer como personagem. Carisma tem de sobra. Sua inconseqüência juvenil é algo que anima acompanhar a sua evolução até se tornar o líder dos X-Men.

Fera: Mais uma vez como Dr. Bugiganga.

Mercúrio: O poder melhor representado. Assim como no segundo filme, são as melhores cenas. É igual ao Dias de um Futuro Esquecido. Mais ainda assim é bom.

Mística: Começamos a falar do elenco estrelado do filme. Para aproveitar isso temos mais  de Jennifer Lawrence do que Mística. Temos que entender uma vez por todas que essa Mística é completamente diferente do que a do desenho/HQ. Talvez seja o personagem mais incoerente desse filme. Ela se coloca como líder dos X-Men, mas sua presença é totalmente desnecessária na história. Ou seja, nada que ela faz ou deixa de fazer mudaria o rumo da história.

Xavier e Magneto: O conflito de interesses novamente está no meio da amizade deles. Magneto tem uma boa justificativa (como sempre) para despertar seu ódio contra os humanos. Xavier é sempre da turma do “deixa disso”. Mas é impressionante como os dois atores sustentam o tom dramático do filme. Quando eles interagem parece que o mundo para e você consegue senti-los. Sua dor, suas angustias, suas lutas. Fassbender pode fazer o que quiser. Ele entrega o seu melhor em todas as cenas. Coisa linda de se ver.

Apocalypse: Começa com conceitos interessantes de divindade e purificação da humanidade. Levanta ótimos argumentos filosóficos para no terceiro ato virar um lançador de fireballs.

Os X-Men: Não existe equipe. Parece que é cada um por si. Isso pode ser explicado pela imaturidade da equipe. Espero que o trabalho em equipe seja melhor explorado nos próximos filmes.

A saga dos X-Men vai continuar nos cinemas. Mas a própria franquia (com já nove filmes) nos mostrou que pode ser algo melhor sem ser necessariamente algo maior. A Fox não pode esperar que o próximo Deadpool, em tom de piada,  venha amenizar as suas falhas. Tá na hora de crescer com elas.

 

Leonardo Agrelos
Se acha um host, mas não sabe houstear. Se acha um podcaster, mas tem a linguá presa. Se acha um nerd, mas nunca terminou de ler O Senhor dos Anéis. Se acha um escritor, mas sempre procura no Google como se escreve impeachment. Entre tantos achismos uma certeza, a de que tem que melhorar como pessoa para parecer menos com um babaca.
http://pupilasembrasas.com.br
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