Série Melhores Games de 2017 – Persona 5

O ano de 2017 se findou e já é tratado por alguns como o novo 1998 em importância de lançamentos da indústria dos games. E como eu pude ter acesso a alguns desses games que saíram nesse ano, vou fazer uma pequena série com críticas a alguns dos melhores games de 2017. E o escolhido para iniciar essa série é o jogo que, pode não ser o melhor do ano, mas é o preferido do meu coraçãozinho: Persona 5.

O que você faria se um dia ganhasse poderes para mudar o coração das pessoas, para elas se arrependerem de seus atos e confessarem seus crimes? Essa é a premissa de Persona 5, um dos melhores JRPGs já lançados!

A série Persona é um Spin-Off de outra série de RPG Japonês de muito sucesso em seu país de origem, Megami Tensei ou Shin Megami Tensei como passou a ser conhecida depois. A série, produzida pela Atlus, surgiu no NES em 1987 e desde então já tem mais de uma dezena de jogos além de seus Spin-Offs, dentre eles a série Persona que alcançou notoriedade e vendas superiores à série principal, o que ficou mais evidente em seu último game, Persona 5.

Como outra série de JPRG famosa, Final Fantasy, as iterações da série Persona não tem relação entre si, a não ser nos elementos, temas e alguns personagens que se repetem na série, de forma que é perfeitamente possível para uma pessoa que nunca jogou os anteriores começar pelo 5. Um dos elementos que a série possui em todas as suas aventuras é, obviamente, a existência das Personas. As Personas são basicamente elementos da psique humana e do inconsciente coletivo e, no nível pessoal, uma faceta da personalidade que a pessoa esconde. Como é mostrado muito bem em Persona 5 como máscaras.

É difícil conceber que a série trate de temas difíceis como a psique humana, reparação de crimes, reforma da sociedade e a forma com que a sociedade (mais precisamente a japonesa, mas com reflexos em qualquer cultura) trata seus jovens, tendo o visual colorido, as personas sendo monstros absurdos e bizarros e a ambientação de colegial japonês tão conhecido dos animes. Mas estética à parte Persona 5 trata de todas essas questões de forma natural dentro de um gameplay com sistemas de jogos muito gostosos de jogar e personagens mega carismáticos.

Persona 5 gira em torno de um grupo de colegiais que se entitulam os Ladrões Fantasmas, que fazem justiça ao roubar o coração de criminosos, fazendo com que tenham uma brusca mudança de sentimentos e se sintam impelidos a confessar seus crimes. E isso tudo só é possível pela existência do Metaverso, uma dimensão que reflete a cognição das pessoas. O metaverso habitado por Sombras, que são monstros que são basicamente personificações de elementos da psique humana. Lá também existem os chamados Palácios que são o que locais do metaverso que refletem a distorção do coração dos criminosos. Ao descobrir o palácio, os Ladrões Fantasmas roubam o tesouro secreto dentro dele, que é um símbolo da distorção, dessa forma desencadeando uma mudança no coração da pessoa. Os personagens só podem fazer isso tudo graças à um contrato que eles fazem com as Personas. As personas são um elemento escondido no fundo da personalidade, que a pessoa tinha medo, receio ou vergonha de externar. No momento que a pessoa admite esse lado é quando o contrato é feito, e a pessoa pode usar o poder de sua persona (com exceção do protagonista que sempre na série tem acesso à capturar as sombras que se tornam suas personas, meio Pokemon-Style).

Mas acho que o jogo brilha mesmo nos temas tratados. O conceito de que todos nós temos uma faceta, uma persona escondida dentro da nossa cabeça, e que ao libertarmos, tomarmos consciência dela, liberamos um poder escondido. O abuso de figuras de poder em cima dos mais fracos. A forma com a qual os poderosos manobram a opinião pública. Enfim, a série Persona é um RPG que ao invés de ter um grande monstro, um vilão espacial ou um demônio como vilão, nós temos figuras presentes na nossa sociedade como vilões. O jogo é ótimo para você entender como funciona a sociedade japonesa, em especial em relação ao adolescentes e jovens.

Para fãs de JRPGS a série Persona é obrigatória, e mais ainda com seu quinto jogo que é uma obra prima dos jogos!

Nota do Adriano – 9.5 de 10.

Nota do Metacritic93 da Mídia especializada e 91 dos usuários do site.

A classificação indicativa do jogo nos EUA é M+ ou seja é recomendado para maiores de 17 anos.

Jogado no PS4 com 120 horas de gameplay. O jogo está disponível também para o PS3.

Adriano Toledo
Detentor do título de o mais nerd deste site... (Não tão) Profundo conhecedor de Quadrinhos, Games, Cinema, Literatura Fantástica e outras loucuras....
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